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Magnésio: 10 dicas sobre a suplementação – Nutrologia Geriátrica

1 – O magnésio é importante ou é mais uma moda?

O magnésio realmente é um mineral importante para a saúde, com diversas funções metabólicas. Pesquisas apontam que a população, em especial a idosa, consome níveis baixos do mineral;

2 – Qual tipo de magnésio consumir?

Nesse tema, há bastante confusão e desinformação. Basicamente, todos os compostos de magnésio conseguem oferecer benefícios à saúde. O ponto chave é fazer a divisão entre as formas inorgânicas (carbonato, óxido, sulfato e cloreto) e as orgânicas (gluconato, aspartato, bisglicinato, dimalato e quelado, etc.) – as últimas são muito melhor absorvidas no intestino delgado do que as primeiras;

3 – Quando considerar a suplementação o magnésio?

em pacientes que consomem poucos alimentos vegetais; com osteoporose e deficiência de vitamina D associada; que fazem uso crônico de inibidores de bomba de prótons (a família do omeprazol) e diuréticos tiazídicos, com queixas de cãibras e dores nas pernas e com níveis baixos ou limítrofes de magnésio no sangue ou na urina (os exames costumam não ser tão precisos em relação ao status do mineral)

4 – Há riscos na suplementação de magnésio?

Sim. Devemos observar o limite de 350 mg ao dia, que é o UL (limite superior diário). Valores maiores podem expor o paciente a riscos, como as reações adversas e à interação farmacológica.

5 – Com quais medicamentos o magnésio pode interagir?

A suplementação de magnésio, em especial em dosagens mais altas, pode interagir diminuindo ou aumentando a absorção e o efeito de antibióticos (cipro e levofloxacino, por exemplo); estatinas; digoxina; bifosfonatos (alendronato e risedronato); levodopa+carbidopa (usado na doença de Parkinson – risco verificado no óxido de magnésio); gabapentina e levotiroxina (para o tratamento do hipotireoidismo). Além disso, o uso de magnésio pode potencializar o efeito da glibenclamida (usada para o tratamento da diabetes) e dos bloqueadores de canal de cálcio (anti-hipertensivos), em especial em doses mais elevadas.

6 – Quais alimentos são considerados ricos em magnésio?

Abacate, nozes, amêndoas, castanha de caju, amendoim, leguminosas (feijão e lentilhas), grãos integrais, quinoa, peixes, espinafre, chocolate amargo, sementes de abóbora, leite, entre outros.

7 – Qual horário costumo indicar a suplementação do magnésio?

Costumo indicar a suplementação à noite logo antes de dormir, porque a absorção é melhor com o estômago vazio e longe de alimentos ricos em fitatos e fibras, pelo potencial efeito benéfico para o sono e pelo risco menor de interação com medicamentos ou mesmo com outros nutrientes, como o cálcio.

8 – Qual forma que costumo mais indicar?

Geralmente formas industrializadas isoladas com magnésio, em compostos inorgânicos (bisglicinato ou dimalato). Evito prescrever em combinação com cálcio, porque há competição entre a absorção conjunta dos minerais.

9 – Quais erros mais vejo na suplementação de magnésio?

O erro número 1 é usar o suplemento é não avaliar e não melhorar a dieta. Na nutrologia e na geriatria, sempre valorizamos a dieta adequada e depois, se necessário, a suplementação. Em casos de deficiência sintomáticas, podemos indicar as duas abordagens simultaneamente.

Outro erro comum é o uso de combinação de diversas formas de magnésio, resultando, normalmente, numa dosagem total elevada. Não há benefício nessa prática. Não há estudos comparando os benefícios sugeridos por postagens em redes sociais entre as diversas formas de magnésio. Os estudos comparativos até o momento são só para avaliar a absorção. Se foi feito um estudo – e geralmente são bastante limitados – mostrando benefício da suplementação de uma forma de magnésio e comparando-a com placebo, não quer dizer que apenas aquela forma seja a benéfica. Assim como ocorre com outros minerais, como o cálcio, zinco e ferro, o importante é a absorção, pois depois que o mineral entra na corrente sanguínea, ele é carreado por mecanismos diversos e que independem da forma inicial.

10 – A suplementação de magnésio é milagrosa? Deve ser feita por conta própria ou com suplementos vendidos pela internet ou televisão?

Não há milagres. Sugiro sempre que um profissional seja consultado, com experiência e credibilidade. Saúde é coisa séria e não podemos entregar a nossa para pessoas que propagam informações de maneira sensacionalistas ou como se fossem os messias da medicina. Idosos devem buscar informações de geriatras, principalmente quando são membros da SBGG e possuem RQE.

Leandro Minozzo – médico geriatra e nutrólogo; professor de geriatria da Univ. FEEVALE e AFYA Educação Médica e de Nutrologia Geriátrica da Pós da SANAR

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